Se o Marreco jogar no Arrudão, é certo que algumas pessoas específicas estarão por lá: os jogadores, a comissão, integrantes da imprensa e a Marisane Pacheco, a “Mary”. Ela tem 42 anos e diz que, desde 2016, quando se apaixonou pelo clube, nunca mais faltou a uma partida em Beltrão.
“Quando meu avô morreu, em 2018, fui ao jogo antes de ir ao velório. Na pandemia, me disponibilizei a fazer um trabalho voluntário no ginásio para não ficar em casa. E consegui”, orgulha-se.
Para a torcedora, o Marreco foi o responsável por mudar sua vida. Beltronense, ela se mudou para Jaraguá do Sul (SC) em 2012, para estudar culinária, mas voltou para a cidade-natal por conta da saúde. “Tive problemas renais. Me recuperei, mas entrei em depressão. Fiquei num quarto escuro durante seis meses sem sair. Numa consulta, o médico me disse que precisava encontrar uma ‘válvula de escape'”, relata.
Como não gosta de bailes, música alta e estar em meio à multidão, ela não via uma saída para o drama. Então os pais e a cunhada, que costumavam assistir ao Marreco no Arrudão, a convidaram para ir junto. Ela topou e viu um triunfo de 4×2 sobre o Cascavel.
“Nossa! Senti de novo uma energia positiva, de quando eu acompanhava o Jaraguá, lá em Santa Catarina. Aquilo me trouxe a vontade de sair novamente. O Marreco salvou a minha vida!”
A fanática Mary Pacheco no alambrado do Arrudão, apoiando o Marreco. Foto: Neto Cajaíba